Um homem que agrediu um guarda municipal durante conflito com ambulantes no Centro de Manaus foi encontrado no mesmo local onde cometeu a agressão, mesmo após ser liberado pela polícia.
A ação gerou repercussão e críticas sobre a segurança e a condução da operação de reordenamento da Prefeitura.
Na última quinta-feira (7), durante uma operação de reordenamento realizada pela Prefeitura de Manaus no Centro da capital, guardas municipais entraram em confronto com trabalhadores ambulantes.
Um dos servidores foi atingido por um paralelepípedo na cabeça, sofrendo afundamento de crânio e precisou ser hospitalizado.
O agressor, flagrado pelo secretário municipal de Segurança, Alberto de Siqueira Neto, foi liberado pela polícia, mas reapareceu no local da confusão na manhã seguinte, conforme vídeo divulgado pelo secretário nas redes sociais.
“Ontem conseguimos prender um indivíduo que jogou uma pedra na cabeça do guarda, um paralelepípedo imenso que deixou um afundamento de crânio no policial. Ele foi para o hospital e está lá com o crânio fraturado. Hoje, são 6h da manhã, e ele já está solto. Olha ele ali, pronto pra jogar outra pedra. Só que ele já sabe que eu estou de olho nele”, diz o secretário em vídeo divulgado nas redes sociais.
O conflito ocorreu em meio a uma operação de revitalização iniciada na última segunda-feira (4) e que ganhou força às vésperas do evento Passo a Paço 2025.
Ambulantes informais, muitos imigrantes, relataram perda de renda e criticaram a ação da Guarda Municipal de Manaus, que usou spray de pimenta para conter o acesso a um galpão com produtos de trabalho dos vendedores do centro.
Vídeos mostram a reação dos trabalhadores, incluindo a queda de um idoso atingido diretamente pelo spray, o que gerou indignação.
Prefeitura e secretário defendem a operação
O secretário municipal de Segurança rebateu as críticas, acusando a imprensa de incentivar a violência e destacando a importância da vigilância sanitária para proteger a população.
“Eu estou tirando da rua mortadela vencida com rato em cima. Eu estou errado? A população vai querer consumir produto vencido com rato em cima?”, questionou Alberto Neto.
Ele reforçou que a Prefeitura oferece apoio aos ambulantes por meio da distribuição de carrinhos e suporte da Secretaria do Trabalho e Empreendedorismo (Sentep), mas não tolera a venda de produtos impróprios e agressões aos agentes públicos.
David Almeida comenta ameaças e continuidade da operação
Em entrevista exclusiva à TV Norte Amazonas, o prefeito David Almeida destacou que as ações no Centro foram planejadas e discutidas com ambulantes, lojistas e sindicatos. Segundo ele, o objetivo é ordenar o espaço, que é cenário de riscos sanitários e criminalidade.
Almeida relatou ameaças sofridas pelo tráfico de drogas e episódios graves de violência, incluindo a morte de um policial militar por imigrante.
“Saímos de casa para trabalhar, para ordenar a vida das pessoas na cidade. Não saímos para apanhar”, declarou o prefeito, reafirmando que as operações continuarão.