O deputado federal Sidney Leite (PSD-AM) se posicionou sobre os recentes pedidos de impeachment contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Em entrevista ao programa Povo na TV, o parlamentar, que integra a oposição, afirmou que não apoia a iniciativa e que qualquer processo desse tipo precisa estar amparado por fundamentos consistentes, e não apenas por motivações políticas.
“Sou oposição ao governador Wilson Lima, por exemplo, mas se não há motivo concreto para justificar um impeachment, não há razão para isso acontecer”, declarou o deputado.
Ele também afirmou que é preciso respeitar as decisões da Justiça, mesmo quando se discorda delas, e lembrou o próprio ex-presidente Jair Bolsonaro ao dizer que o correto é “agir dentro das quatro linhas da Constituição”.
Durante a entrevista, Leite reforçou que a democracia brasileira precisa ser fortalecida e alertou para os riscos de discursos que exaltam o retorno de regimes autoritários. Segundo ele, quem viveu a ditadura militar sabe os impactos negativos daquele período.
“Só quem viveu naquela época entende o que era não poder se reunir, não ter partidos políticos, nem parlamento eleito. Havia censura e perseguição. Hoje temos liberdade de expressão, podemos assistir o que quisermos, ler o que quisermos. Isso é caro demais pra abrir mão”, afirmou.
‘Impeachment é um instrumento’, diz parlamentar
Sidney Leite enfatizou que o impeachment é um mecanismo importante, mas precisa ser usado com responsabilidade.
“A democracia não pode ser atacada por discursos vazios. A livre manifestação existe e sempre existirá, mas impeachment não pode virar palanque político”, afirmou.
O deputado também lembrou movimentos populares do passado, como o “Fora FHC”, e destacou que protestos fazem parte da democracia, mas não devem ser usados como justificativa para fragilizar as instituições.
Durante o programa, ele ainda compartilhou uma reflexão que teve após a aprovação da Reforma Tributária na Câmara. Ele citou a frase do dramaturgo Nelson Rodrigues: “O Brasil não é um país para principiantes”, ao comentar o comportamento inesperado de partidos na votação.
“O PSOL e o PCdoB votaram a favor da reforma, e o PR votou contra. Para quem olhasse de fora, seria difícil entender. Mas é isso que mostra a complexidade da política brasileira”, relatou.