O secretário de Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação do Amazonas (Sedecti), Serafim Corrêa, criticou a medida anunciada pelo ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de impor tarifas sobre produtos estrangeiros. A declaração foi feita durante entrevista ao programa Povo na TV.
Segundo Serafim, o chamado “tarifaço” representa uma afronta ao Brasil.
“O tarifaço é algo que todos nós, brasileiros, repudiamos, porque é uma agressão à nossa soberania”, afirmou.
Apesar da crítica, ele deixou claro que a medida não interfere diretamente no Polo Industrial de Manaus. Isso porque, segundo o secretário, a Zona Franca é voltada principalmente para o mercado interno e para a substituição de importações, e não para a exportação.
EUA são apenas o 5º destino das vendas do polo
Serafim apresentou dados que comprovam a baixa dependência do Polo de Manaus em relação ao mercado norte-americano. Em 2024, o polo faturou US$ 37,5 bilhões, mas exportou apenas US$ 99 milhões para os Estados Unidos, o que representa menos de 1% do total.
“O impacto é mínimo. E mesmo que houvesse impacto, temos capacidade de rearranjar isso com rapidez”, explicou. Em 2025, até o momento, foram exportados US$ 35 milhões para os EUA. A projeção até o fim do ano é de US$ 70 milhões, o que indica uma nova queda nas exportações ao país.
De acordo com o secretário, os Estados Unidos, que em 2024 ocupavam o terceiro lugar como destino das vendas do polo, agora estão na quinta posição, atrás de Alemanha, China, Colômbia e Argentina.
Polo mantém ritmo de crescimento e bate recorde de novos projetos
Durante a entrevista, Serafim também aproveitou para anunciar, em primeira mão, que a próxima reunião do CODAM (Conselho de Desenvolvimento do Amazonas) deve ser histórica.
Marcada para o dia 21 de agosto, a reunião terá 51 projetos em pauta, todos para o Polo Industrial de Manaus. “Esse é o maior número da história do CODAM, em 26 anos”, destacou.
O secretário afirmou que o polo segue com crescimento sólido, mesmo diante de desafios externos, e reforçou a importância da estabilidade institucional e do respeito à soberania nacional.
“Temos que repudiar a agressão do governo Trump ao Estado brasileiro. Isso não é contra um político específico, é contra o país”, declarou.