A Polícia Civil do Amazonas (PC-AM) concluiu o inquérito sobre o acidente que resultou na morte da biomédica Giovana Ribeiro da Silva, grávida, e do bebê que ela esperava, ocorrido no fim de junho na Avenida Djalma Batista, em Manaus.
A investigação apontou que a tragédia foi causada por um buraco no asfalto sem sinalização, e não por erro do condutor da motocicleta, marido da vítima.
Segundo o inquérito, vídeos de câmeras de segurança mostram que o motociclista, de 28 anos, seguia normalmente pela via quando passou pelo buraco e perdeu o controle da moto.
“O acidente ocorreu por conta de uma depressão asfáltica, que fez com que o condutor perdesse o controle da moto e colidisse com o canteiro central”, diz trecho do relatório.
Depoimentos de testemunhas confirmaram a existência do buraco na faixa da esquerda, no sentido Centro, próximo ao Parque dos Bilhares.
Um motorista de ônibus afirmou que passava pelo local diariamente e já havia percebido o problema. Outra testemunha disse ter visto a motocicleta bater no buraco antes de cair.
Após a colisão, Giovana bateu contra árvores do canteiro central, enquanto o marido foi arremessado para a contramão da via. O Samu foi acionado, mas constatou o óbito da mulher; o bebê não resistiu.
A polícia solicitou laudos ao Instituto Médico Legal (IML) e ao Instituto de Criminalística (IC), confirmando que a causa das mortes foi a depressão no asfalto.
Com isso, o condutor não foi indiciado e o inquérito foi encaminhado à Justiça para análise do Ministério Público.
Em nota, a Prefeitura de Manaus lamentou a morte de mulher grávida e informou que o buraco na Avenida Djalma Batista foi corrigido em 23 de junho, dentro do cronograma de manutenção viária.
Família cobra justiça
A mãe de Giovana, Maria Goretti Ribeiro, responsabilizou diretamente o poder público pelo acidente e pediu providências imediatas.
“A morte delas jamais será silenciada. Já temos o laudo da perícia em mãos, e há um responsável: a Prefeitura. Esta via, de tráfego rápido, não poderia apresentar um buraco como aquele. No dia 18, quatro dias antes do acidente, já haviam alertado sobre o buraco que eu chamo de ‘buraco da morte’. Mesmo assim, nada foi feito, e a negligência custou a vida da minha filha”.
Maria Goretti também destacou que a infraestrutura precária é um problema recorrente na cidade.
“Bueiros abertos, buracos por toda parte, pessoas caem, se machucam, se quebram. Esses buracos causam acidentes, causam mortes. Manaus está se tornando conhecida como a cidade do ‘buraco da morte’”.
Com informações do G1