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A Justiça do Amazonas, por meio da Comarca de Jutaí (distante 751 quilômetros de Manaus), iniciou, na última segunda-feira (7), a audiência de instrução com os 14 réus acusados de linchar e assassinar Gregório Patrício da Silva, caso ocorrido em 19 de setembro de 2024 no município. Os réus respondem pelos crimes de homicídio qualificado (praticado por motivo torpe, com emprego de fogo, tortura e recurso que dificultou a defesa da vítima), além de vilipêndio de cadáver.
O processo n.º 0601385-26.2024.8.04.5200 começou com 16 réus, mas somente 14 foram citados e outros dois não foram encontrados, razão pela qual houve o desmembramento do processo. Os 14 réus apresentaram respostas à acusação, uns com advogados, outros por meio da Defensoria Pública.
No primeiro dia de audiência foram ouvidas 11 testemunhas apontadas pelo MP, que também eram apontadas pelas defesas. A defesa de um dos réus relacionou mais duas testemunhas adicionais, que são peritos.
A audiência foi realizada nas dependências da Câmara Municipal de Jutaí (CMJ), sob a presidência do juiz de direito Francisco Possidônio da Conceição, com o Ministério Público sendo representado pelo promotor de justiça Matheus Oliveira Santana. A programação se iniciou às 8h30 e foi suspensa às 20h.
A data em que o ato processual terá continuidade ainda será marcada pelo Juízo. Ao final da audiência, foi aberto para requerimentos, sendo que o próprio Ministério Público requereu a revogação da prisão dos réus que estavam presos em razão do tempo de prisão (oito meses), e o juiz acolheu o pedido e revogou a prisão dos cinco réus que estavam presos.
O crime
Na mesma data, no final da tarde, os denunciados na Ação Penal, entre os quais a mãe da criança morta, se aglomeraram em frente à Delegacia de Polícia de Jutaí e, entraram em confronto com as forças policiais, com a finalidade de entrar no recinto e matar Gregório. Conforme o processo, alguns dos denunciados arremessaram pedras, paus, garrafas com gasolina, rojões e até “coquetel molotov” contra a delegacia e os agentes de segurança pública.
Durante o confronto, uma motocicleta da Guarda Municipal de Jutaí foi queimada. Após quatro horas de confronto e esgotadas as munições não letais empregadas pela polícia, os denunciados invadiram a Delegacia de Polícia, arrombaram a cela onde Gregório se encontrava e lá se iniciou o linchamento.
*Com informações da assessoria.