A manhã desta segunda-feira (07) foi marcada por dor, lágrimas e um forte apelo por justiça na quadra da Escola Estadual Jairo da Silva Rocha, na zona Leste de Manaus. Amigos, professores e familiares de Fernando Vilaça da Silva, de apenas 17 anos, interromperam a rotina escolar para homenagear o jovem, brutalmente espancado na últim terça-feira (01) no bairro Gilberto Mestrinho, após ser alvo de bullying. O caso chocou Manaus e mobilizou a comunidade escolar em um ato de luto, solidariedade e repúdio à violência.
Conhecido carinhosamente como “Nando”, o adolescente cursava o 3º ano do ensino médio e era descrito por colegas como um jovem querido.
A homenagem foi organizada na quadra da escola. Com roupas brancas, balões e cartazes com frases como “Diga não à violência” e “Seja um amigo, não um agressor”, estudantes e professores prestaram tributo ao jovem. Muitos choravam, cantavam músicas em sua memória e se abraçavam em silêncio, consternados com a perda repentina e brutal.
Cadeira onde Fernando costuma sentar recebeu faixas e balões brancos em sinal de luto.
Foto: Reprodução/Redes sociais
Todas as aulas foram suspensas para que os alunos pudessem participar do momento. Para muitos deles, era a primeira vez que enfrentavam tão de perto as consequências trágicas do bullying.
Sobre o caso Fernando
O estudante Fernando Vilaça, de 17 anos, morreu na quarta-feira (2), após ser espancado por dois adolescentes no dia anterior, terça-feira (1º), quando saiu de casa para ir em uma taberna próxima. Segundo familiares e vizinhos, o jovem era alvo frequente de bullying, especialmente por conta do cabelo longo.
A agressão aconteceu no meio da rua, quando Fernando foi insultado com ofensas homofóbicas por dois adolescentes, que o chamaram de “viadinho”. Revoltado, o rapaz tentou tirar satisfação, mas foi surpreendido com socos e chutes, inclusive na cabeça. Ele desmaiou ainda no local. Os agressores só pararam de bater quando os irmãos de Fernando chegaram e impediram que a violência continuasse.
Caso foi parar no Ministério dos Direitos Humanos
Ainda na tarde de segunda-feira, a deputada federal Erika Hilton (PSol/SP) acionou o Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania (MDHC) para acompanhar a investigação sobre o caso.
De acordo com a publicação de Erika em sua conta do X (antigo Twitter), a deputada afirma que é “dilacerante pensar que uma pessoa que tinha a vida toda pela frente teve sua história interrompida”.
“Estou requerendo, ao Ministério dos Direitos Humanos, o acompanhamento da investigação da morte do menino Fernando Vilaça, assassinado aos 17 anos em um crime de motivação homofóbica em Manaus”, declarou a deputada.
