Na tarde desta terça-feira (12), um grupo de pais de alunos da Escola Estadual General Sampaio, localizada no bairro São Jorge, Zona Oeste de Manaus, protestou em frente à unidade contra um zelador suspeito de cometer assédio contra uma criança na instituição. O funcionário foi afastado do cargo, mas ainda não foi preso.
A advogada Cindy Alfaia, mãe de um dos estudantes, afirmou que o conhecimento do caso aconteceu por meio de um grupo de mensagens entre pais, já que a escola não informou oficialmente as famílias sobre o ocorrido.
“Eu fiquei sabendo através de um grupo de mensagens que teria acontecido esse ocorrido na escola que até então ninguém estava sabendo de nada. Não foi feito nota, não foi informado nada para os pais. Um papel foi assinado pela diretora sobre a situação, porém, ela disse que quem vai dar a resposta é a Seduc. Eu preciso que a Seduc se pronuncie porque o que nós precisamos é da segurança dos nossos filhos”, relatou Cindy.
Segundo ela, há outras denúncias contra o zelador, e um dos casos já foi encaminhado à Polícia Civil do Amazonas (PC-AM) e ao Conselho Tutelar.
Manifestação e denúncia de omissão da escola
Durante o protesto, pais também reclamaram da postura da diretora da escola, identificada apenas como Marcela, que teria sido omissa diante do caso.
De acordo com informações obtidas pela reportagem da TV Norte Amazonas, a vítima é uma menina de 9 anos, que foi assediada dentro da escola no início de agosto. A criança contou aos pais que o zelador teria tocado suas partes íntimas.
Os pais da menina procuraram a escola no dia seguinte, mas, segundo relatos, a diretora não acionou a polícia e manteve o acusado trabalhando nas dependências da escola, mesmo após confirmação do abuso.
“Ele continuou solto, porque ele não foi preso em flagrante. Nós esperávamos que a escola agisse de imediato. Eu também, como representante, advogada, mãe de um aluno, também em contato com a mãe da criança, ela também esperava que a escola entrasse em contato com a polícia e solicitasse que a polícia viesse no mesmo momento que a criança foi assediada”, disse a advogada.
Nota da Seduc e andamento das investigações
A Secretaria de Estado de Educação e Desporto Escolar (Seduc) informou, por meio de nota, que assim que tomou conhecimento do caso de assédio, a direção da escola em Manaus adotou o Procedimento Operacional Padrão (POP), acionou o Núcleo de Inteligência em Segurança Escolar (Nise) e comunicou o ocorrido à Secretaria.
Ainda segundo a Seduc, imagens das câmeras de vigilância já foram encaminhadas à polícia, e a gestão escolar está à disposição das autoridades para colaborar com as investigações.
No entanto, a resposta da Seduc não tranquilizou os pais, que continuam cobrando segurança e transparência.
Cindy Alfaia criticou a resposta da escola e da Seduc, afirmando que a reunião com os responsáveis não trouxe segurança e que a instituição tentou eximir a diretora de responsabilidade.
“Essa reunião da Seduc só serviu para tentar eximir a diretora da culpa, mas nós ainda estamos inseguros. Queria que a gente retornasse, retomasse a confiança com a escola, porque sim, é uma escola com boa reputação, por isso que nossos filhos estão estudando aqui, porém, com esse fato, estamos todas inseguras”, afirmou.
Os pais também questionam o fato de o zelador suspeito continuar sem responder criminalmente pel assédio, enquanto, segundo eles, a escola já teria sinalizado que pretende remanejá-lo para outra unidade em Manaus.
A Polícia Civil do Amazonas investiga o caso. A reportagem continuará acompanhando o desdobramento da denúncia e as ações da Seduc para garantir a segurança dos estudantes da Escola Estadual General Sampaio.