Um grupo de deputados iniciou na tarde desta terça-feira (5) um protesto simbólico com esparadrapos na boca em apoio ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). A manifestação é uma resposta à decisão de colocá-lo em prisão domiciliar.
Segundo o líder do PL na Câmara, deputado Sóstenes Cavalcante (RJ), a ocupação não tem hora para acabar.
“Não sairemos daqui até os presidentes de ambas as Casas busquem uma solução de pacificar o Brasil”, declarou.
Deputados ficam em silêncio durante o protesto
Cerca de 15 deputados estão participando da ação, e ocupam fisicamente a Mesa Diretora e permanecem em silêncio com esparadrapos na boca. Em alguns momentos, retiram o adesivo apenas para beber água ou atender ao telefone.
O protesto tem tom de ultimato e os parlamentares ameaçam impedir o andamento das votações na Câmara e no Senado enquanto suas pautas não forem analisadas. A ocupação já bloqueou os trabalhos da sessão plenária desta tarde.
‘Pacote da paz’ inclui anistia e impeachment de Moraes
Mais cedo, os oposicionistas apresentaram o chamado “pacote da paz”, um conjunto de propostas que, segundo eles, visa “abrandar” as tensões entre os Três Poderes. O pacote inclui uma anistia ampla, geral e irrestrita aos envolvidos nos atos golpistas de 8 de Janeiro.
Além disso, a oposição pressiona pelo impeachment do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), e pela votação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que acaba com o foro privilegiado.
A estratégia não se limita à Câmara. A ideia é ocupar também a Mesa Diretora do Senado, impedindo que qualquer sessão seja iniciada nas duas Casas enquanto as propostas do “pacote da paz” não forem discutidas.
O gesto, apesar de pacífico, representa uma escalada na pressão política e institucional, colocando em xeque o andamento das pautas legislativas.