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Professores denunciam assédio moral e perseguição em escola estadual na Cidade Nova (vídeo)

Educadores acusam diretor de autoritarismo na Escola Estadual Dom João de Souza Lima.
Professores denunciam assédio moral e perseguição em escola estadual na Cidade Nova (vídeo)

Um grupo de profissionais da educação foi na manhã desta terça-feira (24) à sede do Ministério Público do Amazonas (MPAM) denunciar casos de assédio moral contra professores na Escola Estadual Dom João de Souza Lima, localizada na zona norte de Manaus. Entre os denunciantes estava o professor Jamisson Maia, que afirmou ter sido expulso da escola pelo diretor Joaquim Ferreira do Nascimento Neto, que chegou a acionar a polícia para retirá-lo à força da instituição.

“Eu estava no meu ambiente de trabalho, saindo de uma licença médica e fui surpreendido, por em 24 horas ser lotado em uma escola diferente que é totalmente longe da minha residência. Eu trabalho há 10 anos na Escola Estadual Dom João de Sousa Lima, nunca tive nenhum problema nessa escola e o referido diretor chamou a polícia para me retirar da escola porque não concordava com a minha… simplesmente com a minha presença no meu trabalho”, relatou Jamisson.

O episódio gerou indignação entre os professores e, na segunda-feira (23), um protesto foi realizado em frente à escola. De acordo com Jamisson, as denúncias foram formalizadas junto ao Ministério Público por meio de um documento elaborado pela própria comunidade escolar. “Esse documento aqui tem inúmeras denúncias sobre assédio moral e as condutas referidas do atual gestor”, completou.

A coordenadora-geral da Asprom Sindical, Alessandra Souza, que acompanha o caso, afirmou que episódios como o de Jamisson se repetem com frequência nas escolas da rede estadual. “Nós sempre acolhemos as denúncias que chegam até nós, até porque é muito difícil às vezes para o professor ter a coragem de fazer a denúncia. […] Ali houve um assédio moral, houve uma tentativa de opressão do professor, de retirar à força desse professor da escola, do seu ambiente de trabalho.”

Alessandra ainda destacou que a pressão psicológica, o constrangimento e a humilhação diante dos alunos têm deixado muitos professores longe das salas de aula. “Nós temos hoje um quantitativo bem grande de professores, de pedagogos afastados por problemas como crises de ansiedade, depressão. […] Hoje, o que nós temos de evolução dentro da educação em Manaus é muito por conta desse profissional que não tem sido valorizado, que é o professor.”

Ela criticou também a falta de infraestrutura e recursos. “Na escola onde eu estou trabalhando hoje, nem papel ofício nós temos. […] A gente arca com parte do custo da educação do Amazonas, porque dentro das nossas escolas nós não temos isso. E quando tem, é numa quantidade que não supre a necessidade.”

O professor Ivan Nascimento, também da Asprom, reforçou que o assédio moral está ligado, muitas vezes, à cobrança por índices irreais. “Professor, se não produzir aquela quantidade de aprovação, ele é geralmente chamado a atenção. […] Nós trabalhamos com salas superlotadas, com dois, três, quatro autistas em escolas que não têm mediadores e que o professor é pai, é mãe, é pedagogo, é psicólogo, é tudo.”

Ivan relatou ainda casos de perseguição e transferência de professores que se recusam a inflar resultados. “Esse professor é perseguido, ele é transferido de uma escola para outra, até esse professor adoecer. […] O professor tem que abrir mão da sua competência para produzir.”

Questionada sobre o posicionamento da Seduc, Alessandra afirmou: “Até o momento, não houve por parte da secretaria nenhuma ação que venha a trazer, vamos dizer assim, uma segurança para os professores que trabalham naquela escola. […] O gestor continua na escola como se nada tivesse acontecido, infelizmente.”

Para os professores, é necessário que o Ministério Público convoque uma audiência com a Seduc, sindicatos e a própria comunidade escolar. “Assédio não, assédio nunca mais. Não vai ter assédio. Essa é a nossa política: não vai ter assédio”, declarou Ivan ao final da entrevista.

O Radar entrou em contato com a Secretaria de Educação do Amazonas (Seduc) e aguarda um posicionamento. A reportagem não conseguiu contato com o diretor Joaquim Ferreira do Nascimento Neto para ouvir a versão dele do ocorrido, mas disponibiliza o espaço para futuras manifestações.

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